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Giro Técnico da Soja em Luiziana: IDR-Paraná e Embrapa divulgam tecnologias para uma agricultura mais sustentável

 


Nesta sexta-feira, 22 de novembro de 2024, a cidade de Luiziana, no Paraná, foi palco do Giro Técnico da Soja, evento que reuniu produtores, técnicos e pesquisadores para discutir e apresentar inovações tecnológicas voltadas à soja, com ênfase em práticas sustentáveis. Organizado pela parceria entre o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e a Embrapa, com apoio da Itaipu Binacional, da Prefeitura de Luiziana e da Cooperativa Coamo, o evento teve como objetivo fortalecer a produção de soja no estado, promovendo o uso de tecnologias que aumentam a produtividade ao mesmo tempo que preservam o meio ambiente.

O Giro Técnico da Soja de Luiziana é o 3º de uma série de 17 eventos previstos para as diferentes regiões produtoras de soja do Paraná até dezembro deste ano, com o intuito de capacitar e atualizar os agricultores sobre as melhores práticas agrícolas. O encontro em Luiziana foi realizado na propriedade da família Henriques, localizada ao lado da cooperativa Coamo e reuniu cerca de 120 participantes, entre produtores, técnicos e lideranças de quatro municípios da região de Campo Mourão.

O evento foi organizado em três estações, nas quais especialistas da Embrapa e extensionistas do IDR-Paraná compartilharam seus conhecimentos sobre práticas agrícolas que visam a sustentabilidade, a redução de custos e a maior eficiência na produção. Cada estação abordou um aspecto fundamental da cadeia produtiva da soja, sempre com foco na preservação ambiental.

A primeira estação foi conduzida pelo Dr. André Mateus Prando, pesquisador da Embrapa, que discutiu o papel da inoculação e co-inoculação para a produção de soja de baixo custo. A tecnologia de inoculação é um processo essencial para melhorar a fixação biológica de nitrogênio nas raízes da soja, o que reduz a necessidade de fertilizantes químicos, contribui para a redução dos custos de produção e tem o potencial de aumentar a produtividade em até 16%. Além disso, o especialista apresentou novas cultivares de soja desenvolvidas pela Embrapa, com alto potencial de produtividade, resistência a doenças e melhor adaptação ao clima da região. Destacamos as seguintes: BRS1056 iPRO para regiões mais altas (700m), BRS1064 iPRO com moderada resistência a nematoides e BRS 1003 iPRO com a tecnologia Block de tolerância à percevejos.

Na segunda estação, o Dr. Anderson Luiz Hering, do IDR-Paraná, abordou o Manejo Integrado de Doenças da Soja - MID, com ênfase na gestão da Ferrugem Asiática, a principal doença que afeta a soja no Paraná. Hering destacou a importância da rede integrada de monitoramento, que permite aos produtores a identificação precoce da doença e a adoção de práticas de controle mais eficazes. A troca de informações entre pesquisadores, técnicos e produtores tem se mostrado uma ferramenta valiosa para o controle da Ferrugem Asiática e para a manutenção da saúde das lavouras. A adoção da tecnologia MID tem o potencial de reduzir em até 37% a necessidade de aplicações de fungicidas.

Na terceira estação, o Dr. Eduardo Henrique Lima Mazzucelli, especialista do IDR-Paraná, falou sobre o Manejo Integrado de Pragas - MIP, abordando o uso de tecnologias para o controle eficiente de insetos e outras ameaças à soja. O monitoramento semanal da lavoura para contagem do nº de pragas e inimigos naturais e ocorrência de danos, permite

ao produtor a tomada de decisão pela aplicação de inseticidas apenas quando necessário, conforme critérios técnicos estabelecidos pela Embrapa. A adoção desta tecnologia tem o potencial de reduzir em até 50% a necessidade de controle químico, conforme publicações conjuntas da Embrapa e IDR-Paraná nas ultimas 12 Safras.

Ainda nesta estação a Eng. Agrônoma e produtora Lígia Jung, do município de Floresta, compartilhou um tema inovador: a convivência harmonica entre abelhas e cultivo de grãos. O trabalho com polinizadores, como as abelhas, tem se mostrado uma estratégia cada vez mais importante para aumentar a produtividade da soja, promovendo a polinização cruzada e melhorando o rendimento das culturas. Lígia enfatizou que práticas agrícolas adequadas, como o uso controlado de inseticidas e a preservação de áreas de vegetação nativa, são fundamentais para garantir a saúde das abelhas, beneficiando tanto a produção de soja quanto a biodiversidade. A implementação da apicultura junto às lavouras de soja tem um potencial de aumentar a produtividade em até 18%, conforme as condições climáticas da safra, com uma média de 13% incremento.

Também foi apresentado pelo extensionista do IDR-Paraná, Eduardo Campos Barbosa o Programa AISA – Integração Água e Solo, um convênio entre o IDR-Paraná e Itaipu Binacional, que visa avaliar a taxa de infiltração de água no solo e os sistemas produtivos com potencial de aumentar a retenção de água para os cultivos. Este programa promove práticas de conservação do solo que evitam a erosão e favorecem o uso mais eficiente da água, essencial para a agricultura em um cenário de mudanças climáticas e escassez hídrica.

O evento encerrou com um coquetel, onde os participantes puderam interagir e trocar experiências, não apenas com os técnicos e pesquisadores, mas também com outros produtores da região. Essa troca de informações é fundamental para que as novas tecnologias possam ser disseminadas e aplicadas em diferentes contextos. A expectativa é que os conhecimentos adquiridos durante o evento sejam multiplicados nas propriedades rurais e nas comunidades, beneficiando o setor como um todo.

O Giro Técnico da Soja reforça a importância da colaboração entre pesquisa, assistência técnica e produtores rurais para o avanço de uma agricultura mais eficiente e sustentável. Com a utilização de tecnologias como a inoculação biológica, o manejo integrado de pragas e doenças, e a convivência harmoniosa com a fauna polinizadora, é possível aumentar a produtividade da soja no Paraná sem comprometer os recursos naturais.

A sustentabilidade e a inovação continuam sendo os pilares do agronegócio paranaense, que, por meio de parcerias como a entre a Embrapa, o IDR-Paraná e Itaipu Binacional, busca garantir que a produção de alimentos do estado seja cada vez mais eficiente, responsável e adaptada aos desafios do futuro.

Fonte: Unidade de Extensão rural – IDR-Paraná de Luiziana.












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