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POR QUE É DIFÍCIL MUDAR?

 

Muitos clientes sabem que precisam mudar. Experimentam o sentimento de que algo está desajustado em certo grau para ele ou para as pessoas com quem convive. Alguns sabem que estão sofrendo, mas não sabem que sofrem por estarem em um contexto aversivo e com poucos reforçadores. A própria história de vida do cliente está relacionada diretamente com a sua sensibilidade para a mudança. Diferentes histórias produzem diferentes repertórios comportamentais (a famosa personalidade). 

 

A história coercitiva é a mais comum em nossa cultura. Esse modelo é o contexto do surgimento da ansiedade, do medo e da agressividade. Um cliente com esta história predominante tenderá a ser mais passivo e a esperar que a mudança seja direcionada ao seu meio social, e não a ele próprio. Deste modo o cliente evita agir de modo diferente pois no passado quase tudo o que ele tentou resultou em punição. Geralmente neste contexto o cliente é mais atuante quando acontece alguma situação desagradável do que em situações que podem ser prazerosas. 

 

Provavelmente quando ele relata que “está bem” o que ele sente é alívio (da ansiedade) e não o sentimento de estar bem. Em casos mais complexos esse perfil tende a ser mais rígido e em casos menos complexos são os clientes que abandonam a terapia quando alcançam os primeiros progressos, pois se bastam com a redução da condição aversiva.  

 

Há pelo menos três situações em que o comportamento pode tornar-se resistente: A-excessos de reforços, que desenvolvem um repertório fraco e sensível a ser frustrado. Quando a pessoa não consegue o que quer já pensa em desistir, fica depressiva e agressiva. Este perfil tende a mudar facilmente de terapeuta e culpabiliza os outros por coisas que ele não consegue fazer. B-reforço infrequente. Pessoas nesta condição tendem a se mobilizar pouco para a mudança pois desenvolveram alta tolerância à frustração. Acreditam que não merecem ter “bons momentos” e sentem-se culpadas quando têm um momento de lazer. São mais sensíveis às próprias crenças do que a realidade. Se estão tendo um bom momento acreditam que em sequência terão um péssimo momento. C-relação não contingente, é o padrão que gera comportamento supersticioso. As pessoas criam “teorias” para explicar situações, buscam soluções mágicas para os problemas da vida e não se empenham em compreender o próprio comportamento em seu contexto. Tendem a não relacionar as dificuldades cotidianas com o próprio comportamento. Geralmente não se relacionam com as pessoas em função do que elas fazem, mas sim em função dos próprios impulsos, desejos e fantasias. Os membros da comunidade tendem a encarar estas pessoas como infantis e dignas de pena. Geralmente os vínculos são frágeis e as pessoas com quem se relacionam são facilmente substituídos por outros. 

 

Estas são condições que influenciam o processo que chamamos de resistência.  É um tipo de relação terapeuta-cliente que leva em consideração interações passadas e presentes, dentro e fora do contexto terapêutico, tanto do cliente como do terapeuta. Dentro desta concepção a melhor forma de encarar a mudança é dando chance para as situações presentes ocasionarem mudanças efetivas. E tais situações podem ser manejadas  dentro do processo terapêutico. 

 

Links úteis: 

 

 

E-mail: leandro22.contato@gmail.com 

Leandro de Oliveira Santana CRP 08/36752 

Psicólogo Clínico 


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