Ao declarar 2025 como o “Ano Internacional das
Cooperativas”, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a contribuição
positiva dessas instituições para o enfrentamento dos desafios globais. Tendo
como mote "Cooperativas Constroem um Mundo Melhor", esse endosso também
ressalta o papel dessas organizações no cumprimento dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS),
principalmente para erradicação da pobreza, redução das desigualdades e combate
às mudanças climáticas. Importante lembrar que essa celebração não é inédita, em
2012 a ONU já havia feito essa homenagem ao Cooperativismo - a qual é reforçada
este ano com a crescente relevância das cooperativas junto à sociedade.
O cooperativismo é um movimento mundial
de longa data. Nasceu em 1844, na cidade de Rochdale, Condado de Manchester,
Inglaterra, quando um grupo de 28 operários, em sua maioria tecelões, fundou a
primeira cooperativa no auge da Revolução Industrial. Quase 200 anos depois,
segue como um modelo de organização econômica e social baseado
na colaboração, em que pessoas com interesses em comum se unem
para trabalhar juntas e alcançar objetivos coletivos.
As cooperativas, por sua vez, são a forma
prática de colocar o cooperativismo em ação. E quando olhamos mais diretamente
às cooperativas de crédito, encontramos um modelo de negócio mais justo,
igualitário e com um propósito genuíno: levar prosperidade às comunidades onde
atuam. Constituídas de forma organizada,
com base em equidade, solidariedade e transparência, as cooperativas buscam o
desenvolvimento econômico e social dos associados e contribuem para a melhoria
das condições de vida das comunidades onde estão inseridas, com a geração de
renda e emprego.
O último estudo da FIPE (Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas) encomendado pela Organização das Cooperativas Brasileiras
(OCB), de 2024, materializa esse propósito ao mostrar que em municípios
acompanhados antes e depois da instalação de cooperativas de crédito, há
incremento no PIB per capita em 10%, 15,1% mais vagas de emprego e aumento do
número de estabelecimentos comerciais em 15,6%.
Nesse modelo de cooperativismo, os próprios associados
da cooperativa se ajudam mutuamente, oferecendo serviços financeiros a
condições mais acessíveis e com taxas mais justas. O objetivo está em atender
às necessidades dos associados e promover o bem-estar financeiro da comunidade.
Todos são sócios que participam das decisões do rumo do negócio, o que
proporciona a sensação de pertencimento a um sistema mais justo e democrático.
Dessa forma, a frase do padre Theodor Amstad, fundador
do Sicredi há 122 anos, no município de Nova Petrópolis (RS), permanece como
uma fonte de inspiração do cooperativismo: “Não trabalhar apenas para mim
mesmo, senão pelos outros ou para o bem comum”. É essa a essência que o
movimento das cooperativas busca levar adiante, no propósito de construir uma
sociedade mais próspera e justa, colocando em prática as boas intenções do
discurso da nossa origem para contribuir com o desenvolvimento das regiões e
fazer com que cada associado se sinta dono, importante e representado em suas
cooperativas.
*Presidente do Conselho de Administração da
SicrediPar
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