A maioria dos 15 prefeitos que participaram de reunião em Mamborê, com
a presença do deputado federal Beto Richa, na sexta-feira (1), defendeu
cobranças mais rígidas junto aos Governos Estadual e Federal contra a
queda de receita nos municípios. Os gestores tentam organizar uma
caravana para seguir a Brasília nas próximas semanas para se reunir com
deputados federais, senadores e ministros para expor a situação ‘olho no
olho’, conforme dizem.
As prefeituras estimam queda de mais de 20% no FPM (Fundo de
Participação dos Municípios) no segundo quadrimestre deste ano em
relação ao mesmo período do ano passado, além de baixa significativa, em
torno de 2,8%, no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços).
O manifesto do último dia 30, avaliaram os gestores não adiantou ‘muita
coisa’. “Não adianta ficar aqui embaixo fazendo movimento que não vai
resolver o problema. Após os protestos alguns deputados até se
manifestaram, mas a população não quer nem saber. Quem leva no lombo
somos nós”, comentou o prefeito de Boa Esperança, Joel Buscariol.
O prefeito de Mamborê, Ricardo Radomski afirmou que os gestores têm de
‘ir para cima’ dos deputados, ao se referir às cobranças. “Hoje em dia a
maioria é municipalista. Tenho certeza que se reunirmos uma turma e partir para o Congresso vão nos ouvir porque eles dependem dos
municípios, principalmente na hora do voto. Então temos que ter uma
contrapartida. Gente eu digo uma coisa: se não pressionarmos o
parlamento vamos ficar patinando no mesmo lugar e afundando cada vez
mais”, ressaltou.
Edimilson Moura, prefeito de Terra Boa, compactuou da mesma ideia. Ele
disse que a mobilização do dia 30 foi importante, mas que na prática não
deve surtir o efeito esperado. “Temos que ir além: unir todas as
Associações de Municípios para cobrar os deputados. Só vai ter diferença
se cobrarmos diretamente o parlamento”, argumentou.
O prefeito de Campina da Lagoa, Milton Alves, disse que está cansado de
‘migalhas’. Segundo ele, se não fossem investimentos com recursos
públicos, pouca coisa teria sido feita no município. “Todos os veículos do
transporte escolar adquirimos com recursos próprios. E ainda vejo prefeito
que vai lá e recebe R$ 100 mil e volta com sorriso no rosto de um lado a
outro. Chega desta humilhação minha gente. Temos que mostrar que
temos vez e voz, mas para isso temos que nos unir, fazer um movimento
grande e ir no gabinete do deputado que teve voto aqui na região”,
defendeu.
Airton Agnolin, prefeito de Nova Cantu, disse que ‘parou’ a máquina pública
em julho e que se a queda na receita continuar poderá ‘parar’ novamente
em novembro e dezembro. “Não importa se minha oposição vai me criticar
ou o que vou ouvir da população. O que quero saber é que vou ter que
chegar no fim do ano com as contas fechadas. É meu CPF que está na reta.
E do jeito que está, sinceramente, está difícil até para fechar folha de
pagamento. E vou dizer mais: a Reforma Tributária vem aí, este é o
momento de ir ‘à briga’. Chega de comer na mão dos deputados”, alegou.
Os prefeitos de Barbosa Ferraz, Edenilson Miliossi (presidente do
Condescom), de Moreira Sales, Rafael Bolacha (presidente do Ciscomcam) e
de Corumbataí do Sul, Alexandre Donato (Comcam), também relataram as
dificuldades financeiras e defenderam uma agenda com todos os prefeitos
em Brasília para cobrar uma solução do Governos sobre a diminuição dos
repasses aos municípios. “A situação é muito grave e delicada e tende a
piorar se nada for feito. Vai chegar uma época em que as prefeituras terão
de fechar as portas. Vão falir”, alertaram.
Participaram da reunião os prefeitos: Ricardo Radomski (Mamborê),
Edenilson Miliossi (Barbosa Ferraz), Akio Abe (Quarto Centenário), Vivaldo
Lessa (Roncador), Alexandre Donato (Corumbataí do Sul), Ismael Dezanoski
(Janiópolis), Edimilson Moura (Terra Boa), Milton Alves (Campina da Lagoa),
Joel Buscariol (Boa Esperança), Airton Agnolin (Nova Cantu), José Etevaldo
(Altamira do Paraná), Leonardo Romero (Quinta do Sol), Oclecio Meneses
(Farol), Rafael Bolacha (Moreira Sales) e Junior Garbim (Engenheiro Beltrão).
Fonte: Tribuna do Interior
0 Comentários