Segundo dados do Observatório Nacional de Segurança Viária (2023) observou-se um aumento de 3,35% das mortes no trânsito, totalizando 33.813 mortes por sinistro de trânsito observadas de 2020 a 2021. Os índices só aumentam e o Brasil está entre os cinco países com o trânsito mais violento do mundo.
Geralmente quando ocorre um acidente de trânsito as pessoas tendem a culpabilizar a vítima, citando o seu comportamento como causador único, afinal de contas “alguém sempre está errado”. Esta forma de perceber a situação é limitada. Somos todos afetados por nosso contexto de uma forma geral e tudo o que fazemos reflete nossa história.
A estatística prevê o número de mortes por acidentes de trânsito. Qual seria um número aceitável para você? Existe um número de mortes que consideraríamos normal? É um absurdo aceitar que as pessoas morram por problemas que são TOTALMENTE EVITÁVEIS.
As pessoas não ligam muito quando não é com elas. Até que um dia a conta chega sem aviso.
Nossa educação para o trânsito não é apenas para quem possui CNH. Ela envolve pedestres e ciclistas também. Somos educados para o trânsito todos os dias, quando assistimos jornais sobre a violência do trânsito. Quando observamos nossos parentes e amigos dirigindo sem o cinto de segurança, com o celular na mão e levemente embriagado.
As crianças observam os adultos e aprendem com eles. O que os filmes de ação nos ensinam sobre a condução de um veículo? Tudo o que vemos sobre o trânsito é a própria educação para o trânsito. Somos todos responsáveis por isso. O desrespeito às leis de trânsito não ocorre pela desinformação, pois quem é habilitado conhece muito bem as leis.
A questão maior não é o comportamento do indivíduo que “causou” o acidente. As leis existem para regular o tráfego e a mobilidade urbana. Mas a falta de fiscalização e do cumprimento de leis com as punições favorecem esses índices trágicos. Do outro lado, a formação deficitária de educadores para o trânsito e a falta de políticas públicas para tal, formam a cereja do bolo.
Que exemplo nós adultos estamos dando para a geração mais nova? Queremos mudar o mundo e torná-lo menos violento, reclamamos em redes sociais e na mesa do bar, cobramos políticos e governantes para fazerem o seu trabalho mas não fazemos o nosso. A mudança que queremos deve partir de nós também. Somos responsáveis pelo que fazemos ou deixamos de fazer.
REFERÊNCIAS: https://www.onsv.org.br/comunicacao/brasil-tem-aumento-de-mortes-no-transito-em-2021#:~:text=Em%202021%2C%20o%20Brasil%20apresentou,ocorridos%20em%202014%20e%202012.
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