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COMPORTAMENTO: O traço mais comum da humanidade.

 

A maioria das pessoas quando falam de comportamento, expressam a ideia de que comportamento é apenas aquilo que se pode ver, ou aquilo que o outro faz. E quando falamos em psicologia comportamental, boa parte dos desinformados lembram da psicologia do Estímulo-Resposta, ou mesmo lembram do Watson e de seu experimento com o bebe Albert..  Curioso fato é que o próprio Watson abandonou esta visão simplista e quase ninguém sabe disso. Palavras como reflexo, instinto, expressão genética tendem a adquirir propriedades não confirmadas pelas provas e, começam a servir como causa, em vez de representar os efeitos da seleção natural. 

Permita-me fazer-lhe uma pergunta. Você acredita em signos? Muitas pessoas referem o próprio signo como se fosse uma descrição do próprio comportamento. Por que alguém faz isso? A resposta a esta pergunta não está no signo, mas sim em uma explicação ambiental. Existe algo que a psicologia chama de comunidade verbal. Em resumo, a comunidade verbal são as pessoas que nos afetam diretamente. Estes grupos controlam nosso comportamento. Fornecendo consequências para ele, de modo a torná-lo mais provável. 

Você está com dificuldade para entender isso? Imagine que comunidade verbal são todas as pessoas de nosso contexto. Você interage com pessoas. Responde a elas. E elas respondem a você. A família faz parte da comunidade verbal. Os amigos fazem parte da comunidade verbal. A igreja faz parte da comunidade verbal. É por este motivo que você nunca verá um oriental esquizofrênico delirar dizendo que é Jesus Cristo. Já no Brasil… 

Vamos partir para uma definição inicial de comportamento: começo aqui estabelecendo que comportamento é tudo que um organismo vivo faz. isto é, EXATAMENTE tudo que ele faz, desde pensar, sentir, imaginar, ouvir, perceber, ler este escrito. No senso comum, comportamento é apenas aquilo que se pode observar diretamente, sim. Isto também é comportamento. Para além disso, devemos compreender que isso tudo faz parte de uma rede de interações, de modo que agrupar isso tem uma vantagem pragmática. 

**Comportamentos são eventos: O comportamento pode ser localizado em um momento e lugar, com uma pessoa em específico. Observe atentamente por um instante a si. Verá que está continuamente fazendo coisas das quais a maioria você não havia notado, como os pensamentos que você tem ao ler isto, ao movimento dos seus olhos, sua postura corporal em frente a tela, sua respiração, seus ombros podem estar tensionados, sua mandíbula tensionada. Ou então você pode estar tendo uma série de comportamentos mais amplos, como o significado que você atribui ao seu dia, pensando nas coisas que precisa fazer ao longo do dia. 

O comportamento não é um material escasso. É contínuo, complexo. Inúmeros fatores do ambiente nos levam para lugares diferentes, nos levam a nos expressar (comportar) de certa maneira. Existe influência em todos os espaços. O resultado é um tipo de caos (complexidade) que desafia uma lógica mecanicista. E acreditem amigos, este é o campo da psicologia! 

Em resumo há muito para ser desaprendido, em primeiro contato, com uma ciência do comportamento. É fácil supor as causas de um comportamento tecendo causas para as coisas que fazemos. Mas como aponta Skinner (2003) tal familiaridade se torna uma desvantagem não aparente. Mesmo que observemos o comportamento não somos capazes, sem ajuda, de experimentar uniformidades e relações ordenadas nessa análise. É fato que muitos dos que se interessam pelo tema não sentem necessariamente interesse por padrões e critérios de uma ciência exata.

Embora tenhamos dito muito sobre o comportamento humano (certamente mais do que qualquer outra coisa) o que vale a pena ser conservado de tudo que já foi dito?

 

Referência:
SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes Editora, 2003. 

E-mail: leandro22.contato@gmail.com

Leandro de Oliveira Santana CRP 08/36752

Psicólogo Clínico.

 


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