Parece um pimentão verde, mas é, na verdade, uma pimenta que, digamos assim, não é bem uma pimenta. De gosto adocicado e longe de ser ardida, a pimenta doce ou americana faz sucesso em Primeiro de Maio. Tanto que a receita da iguaria frita, cortada em rodelas e servida com pouco sal, corre de boca em boca entre as pequenas quadras do município.
(c) - Pimenta doce gera receita e vira cartão de visita de Primeiro de Maio Foto: José Fernando Ogura/AEN
É, ao lado da inauguração do resort do Hard Rock Café, prevista para ocorrer ainda neste ano, o grande cartão de visitas da cidade de pouco mais de 11 mil habitantes, próxima à Londrina, na Região Norte.
Dados da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) apontam que o município produziu 700 toneladas de pimenta doce no ano passado, com valor bruto de produção (VPB) de R$ 2,5 milhões. São 20 hectares dedicados à cultura, responsável por 1% de tudo o que Primeiro de Maio tirou da terra em 2020. É quem lidera a produção paranaense.
Espaço maior, inclusive, ao destinado ao “primo famoso”. O pimentão ocupa 15,2 hectares e rende VPB de R$ 936,6 mil, em uma produção de 549 toneladas.
“A cidade é muito forte nas orelículas em geral, produz berinjela, vagem, abobrinha, jiló… Mas o destaque é a pimenta doce mesmo. É algo muito forte, que ajuda as famílias na composição de renda e gera a necessidade de contratação de mão de obra na época da colheita”, afirma o extensionista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-PR) na região, Juvaldir Olímpio.
“Ela pode ser consumida frita, no molho da carne e na salada. Ou ainda em conserva, como geleia ou recheada. A pimenta doce é a marca de Primeiro de Maio”, acrescenta Olímpio.
Boa parte dessa pimenta que faz a fama da cidade vem da propriedade do agricultor Ivandir Resende da Costa. Ele tem mais de 20 de história com o vegetal, que demora cerca de 90 dias para ser colhido após a plantação. As caixas com 13 quilos que comercializa três vezes por semana na Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa) de Londrina ajudaram a criar os dois filhos e a diversificar a produção da pequena propriedade familiar.
(c) - São 20 hectares dedicados à cultura, responsável por 1% de tudo o que Primeiro de Maio tirou da terra em 2020. Foto: José Fernando Ogura/AEN
Especialista, ele enfileira uma série de características que causam estranhamento e confusão nas pessoas. A cor verde, forte e brilhante, além do formato muito parecido com um pequeno pimentão, diz o agricultor, fazem com que as pessoas confundam os vegetais. O sabor e o aroma, porém, logo desfazem a interrogação. E transformam a pimenta doce em uma estrela na cozinha, acrescentando originalidade a diferentes pratos.
SAÚDE – Assim como outros tipos de pimenta, a doce carrega benefícios para a saúde da população. O principal, indicam especialistas, é a ação oxidante resultante de um composto muito presente nas pimentas, a capsaicina. Já a luteína, encontrada nas pimentas de cor verde, é excelente para a saúde geral dos olhos.
(c) - Foto: José Fernando Ogura/AEN
Os ácidos ferúlico e sinapínico, também encontrados nesta pimenta, são ótimos oxidantes que auxiliam na prevenção de doenças que afetam o sistema nervoso, além de possuírem ações anti-inflamatórias e de combate a tumores.
Qualidades e características que fazem com que a população local sonhe em ver os dois cartões-postais de Primeiro de Maio reunidos, com a pimenta doce compondo e adornando diferentes pratos que podem ser servidos aos turistas hospedados no Hard Rock Café. “Aí ninguém mais segura”, diz Olímpio.
SÉRIE – A pimenta doce ou americana de Primeiro de Maio faz parte da série de reportagens “Paraná que alimenta o mundo”, desenvolvida pela Agência Estadual de Notícias (AEN). O material mostra o potencial do agronegócio paranaense. Os textos são publicados sempre às segundas-feiras. A previsão é que as reportagens se estendam durante todo o ano de 2021.
Fonte: AEN - PR: Agência Estadual de Notícias.
Matéria postada pelo jornalista Claudinei Prado - MTPS 23.455/SP e IFJ 674 BR
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