A falta de saneamento
básico, principalmente o tratamento do esgoto sanitário doméstico traz
consequências negativas para a sociedade, a saúde e a principal prejudicada
pelas condições sanitárias da população. Nesse contexto, a consequência da
falta de tratamento de esgoto, seja rural ou urbano, ocasiona diversas doenças,
denominadas doenças feco-orais, que têm como marco principal as doenças
diarreicas. Além disso, cerca de 90% das mortes por diarreia são atribuídas às
más condições sanitárias, como água, esgoto e higiene (UNICEF/WHO, 2009).
No meio rural além da rede coletora, existem também
o uso de fossa séptica, ligada ou não à rede de esgoto, as fossas rudimentares,
entre outros (IBGE, 2011). O mais comum é a fossa rudimentar (que serve 48% da
população rural do país), a qual, juntamente com outros métodos e com a não
coleta/tratamento, corresponde ao percentual da população rural não assistida
com coleta adequada do esgoto. São assim incluídas porque as fossas
rudimentares não funcionam como forma de evitar a contaminação das águas
superficiais e subterrâneas.
A fossa séptica
biodigestora foi desenvolvida por Novaes et al. (2006), no ano 2000. É um
sistema de tratamento do esgoto de dejetos humanos, cujo intuito é substituir o
esgoto a céu aberto e as atuais fossas utilizadas em propriedades rurais, em
razão dos benefícios que podem ser gerados pela mesma. Os benefícios desse
sistema em relação às fossas convencionais são, principalmente, a reciclagem
dos dejetos e sua vedação hermética (que impede a proliferação de vetores de
doenças).
Ao contrário da
fossa séptica, as fossas rudimentares não funcionam como forma de evitar a
contaminação das águas. Já a fossa séptica, apesar de evitar essa contaminação,
não promove a reciclagem dos dejetos humanos, como ocorre na fossa séptica
biodigestora. Essa última também elimina a contaminação de águas subterrâneas
e, diferentemente dos outros métodos, promove a reciclagem dos dejetos. O
produto dessa reciclagem é um efluente inodoro e com alta carga de nutrientes
que são benéficos às plantas. Assim, o uso desse efluente pode ser utilizado
diretamente para adubação de plantas localizadas próximas às residências, o que
é muito comum na área rural, trazendo uma economia no consumo de fertilizantes
químicos.
A unidade de extensão rural do IDR- Paraná de Iretama,
vem orientando a implantação de fossas sépticas biodigestora aos produtores
rurais. Na comunidade do Marilu, o
produtor Ademir Antônio Gabriel procurou o escritório município do Instituto
para saber mais sobre a tecnologia e como poderia fazer em sua propriedade.
Segundo o próprio produtor Ademar falou: “ Graças a orientação técnica do
Instituto, consegui fazer essa fossa biodigestora, que trará muitos benefícios
a saúde da minha família e ao próprio meio ambiente, hoje vários outros
produtores já vieram me visitar e saber como se faz, e sempre digo para
procurarem ajudam dos técnicos para fazerem em suas propriedades”.
O responsável local do IDR-Paraná, Jorge, disse: “ O
senhor Ademar foi uma grata surpresa, procurou o escritório para saber sobre essa
tecnologia, sempre incentivada aos produtores rurais, mas infelizmente ainda
falta muito a se fazer para melhorar o saneamento básico rural e diminuir casos
de doenças no meio rural, esperamos que o projeto sirva de exemplo para que
mais produtores façam o mesmo em seus lotes”.
Fonte - Unidade de extensão rural do Instituto de
desenvolvimento rural do Paraná- IDR-Paraná- Iapar/Emater.
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