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Encontro regional em Campo Mourão discute implantação da cortina verde



Um encontro regional promovido pelo Instituto Emater com representantes de 14 municípios de Campo Mourão, Cianorte Apucarana e Ivaiporã, foi realizado na manhã dessa terça-feira (16), na sede da Comcam, em Campo Mourão, com objetivo de discutir a implantação da cortina verde nas regiões, principalmente aonde já foram aprovadas as leis municipais. Além de lideranças e prefeito dos municípios o encontro reuniu representantes do Ministério Público Ambiental, Instituto Emater, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Seab entre outros. Da região possuem leis aprovadas os municípios de Luiziana, Farol, Araruna, Janiópolis e Campo Mourão.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, Benno Henrique Weigert Doetzer, coordenador da área de sustentabilidade,  foi uma reunião de trabalho para discutir o plano de trabalho referente ao projeto de ação nas zonas de proteção verde ou cortina verdes, como são chamadas. 

Segundo ele, estas áreas estão implantadas atualmente em 14 municípios nas regiões de Cianorte, Ivaiporã, Apucarana e Campo Mourão, onde existe uma legislação específica que regulamenta o uso de agrotóxicos nestas áreas visando o bem estar e a saúde da população.

“Esta é uma proposta nestes 14 municípios, mas a intenção é que se expanda como proposta de trabalho para outras cidades porque efetivamente este conflito urbano e rural existe e deve haver um consenso, uma tecnologia de uso destes produtos que obviamente não prejudique os cidadãos”, frisou.
O gerente de sanidade vegetal da Adapar, Marcilio Martins Araújo, que participou do encontro, comentou que a Agência está fazendo a fiscalização dos processos que estão sendo implementados para proteção das zonas verdes. “Trabalhamos a questão da legislação e da fiscalização, mas antes de tudo precisa ficar claro que o produtor deve ser orientado”, ressaltou. Para ele, deve haver uma migração gradativa para este processo.

“Nós entendemos que o grande caminho para isso é a melhoria da tecnologia de aplicação que vai resolver muito o problema de deriva existente nos municípios. Isso possibilita a mudança de hábitos dos produtores através de assistência técnica público e privada e da fiscalização para aqueles que não adotarem este sistema resolver uma série de problemas que hoje a gente constata nos municípios”, ressaltou, ao comentar que a mudança de hábito ‘sempre é difícil’. “Às vezes você vem fazendo de uma forma e você quer continuar fazendo desta forma, então a mudança de hábito e a mudança de tecnologia precisa ser muita vezes motivada e até forçada que se torne uma medida de mudança”, observou.

O gerente da Macronorte da Emater, Cristovon Ripol, que também participou do evento, afirmou que a Emater trabalha com vários temas que envolvem a qualidade de vida do público urbano e rural no estado do Paraná. Segundo ele, hoje a questão do uso de defensivos em regiões em perímetros urbanos acontece porque existem muitas propriedades rurais ‘coladas’ nas cidades. “Até porque as cidades crescem no sentido ao campo. Por isso é muito importante que as administrações municipais que estão atualizando os planos diretores tenham um olhar na questão do rural”, falou.

Ele ressaltou que atualmente muitas propriedades fazem aplicação com tecnologia assim como existem aquelas que não fazem, causando derivas. “E isso tem gerado denúncias ao Ministério Público que está cobrando uma posição dos municípios”, falou. De acordo com Ripol, o Ministério Público fez recomendações de 2017 para cá a 69 municípios da Bacia do Alto Ivaí no sentido de que as prefeituras municipais implantassem leis que pudessem prever a cortina verde reduzindo risco de derivas e intoxicações.            

“Cambira é um dos municípios que imediatamente acatou a recomendação do Ministério Público do Gaema e implantou a lei. E neste momento está fazendo um trabalho de harmonização de trazer conteúdo técnico aos agricultores para que eles possam  migrar de um sistema de alto impacto ambiental que tem deriva de agroquímicos para outro totalmente sustentável e ambientalmente correto”, exemplificou.    

Já o coordenador estadual de agroecologia, Paulo Henrique Lizarelli do Emater apresentou alternativas de produção com baixo impacto ambiental, possível de serem implantadas, com agregação de valor e renda aos produtores.

Para o diretor técnico do Emater Nelson Harger, que conduziu o evento, o problema existe e tem que ser tratados com eficiência e precisa do trabalho dos vários atores envolvidos para se alcançar a sustentabilidade ambiental com melhoria da qualidade de vida dos moradores afetados, buscando alternativas econômicas aos produtores.

Fatores como a dispersão pelo vento e a contaminação da água e do solo fazem com que os agrotóxicos atinjam áreas maiores do que as culturas para as quais se destinam, no chamado “efeito deriva”, que coloca em risco residências e locais próximos a escolas e postos de saúde. A criação da “cortina verde”, faixa de proteção vegetal formada por duas linhas de árvores e arbustos, é uma forma de atenuar esse efeito e contribuir para a qualidade de vida da população.

A próxima etapa será a organização de grupos de trabalho a nível municipal, mostrando as alternativas e acompanhando e orientando os produtores com áreas próximas as cidades.
Fonte- Walter Pereira- Tribuna do Interior

Fotos - Clodoaldo Bonette- Site Tá Sabendo.





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